terça-feira, 25 de novembro de 2008

FALANDO A LINGUAGEM DAS CRIANÇAS


Este é o primeiro de uma série de posts sobre a linguagem de aprendizado da criança. Leia e tire dicas de como você pode atingir melhor o universo de seus filhos ou alunos e com isso buscar com criatividade preencher o conhecimento dessas crianças.
Conheça um pouco sobre as crianças de 6 a 8 anos.

PRIMÁRIOS DE 6 A 8 ANOS - IDADE DA AÇÃO!
Normalmente, entre 6 e 8 anos, as crianças estão aprendendo a ler. Nesta fase, são barulhentas, impacientes e curiosas. Gostam de correr, pular em vez de andar, mas ficam facilmente cansados. Gostas de ajudar mas precisam aprender como. Vivem a expectativa das das grandes descobertas. O raciocínio está em desenvolvimento. O que deve o professor(ou pais) fazer neste período?
Ele deverá oferecer a seu aluno um ambiente que o estimule, e satisfaça sua curiosidade; desenvolva a livre expressão e proporcione oportunidade de observar, ouvir, experimentar e perguntar.
O mestre jamais poderá negar-se a dar respostas corretas, precisas e todo o tipo de informação que forem capazes de assimilar. A curiosidade em conhecer aliada ao interesse de ensinar é uma fórmula e grandes resultados.
Neste estágio, elas gostam de imitar os mais velhos, pois, os têm como modelo. Por isso, o professor deve viver o que ensina procurando ser o exemplo em todas as coisas. Não adianta falar que palavrão é feio se as vezes os fala ou ensinar a sobre respeito, se os próprio professor(ou pais) muitas vezes trata mal pessoas, os objetos de uso dentro da sala de aula ou até o próprio aluno.

Embora já saibam dicernir o certo do errado, ao contar histórias bíblicas o educador deverá enfatizar as atitudes boas e honestas das personagens, porque, geralmente, as crianças tendem a imitar o que mais lhes impressiona, seja bom ou seja mau, honesto ou desonesto. Como exemplo, temos a imagem dos super-heróis como espelho para eles e dependendo de quem é, se torna um verdadeiro anti-herói para a formação do caráter.
Assim como na fase anterior, ainda precisam de atividades flexíveis e variadas, pois sua atenção, pelo menos no primeiro ano desta faixa(6 anos), é bastante limitada. O que torna indispensáveis a utilização de métodos didáticos criativos e o uso constante de recursos de ensino. Principalmente, os audiovisuais que garantem por si só a concentração e o interesse.
Gostam de história de ação. Desta forma o professor fica livre para elaborar uma super-produção ao contar histórias bíblicas e até criadas por ele mesmo, que valorizam a forma como eles absorvem as mesmas e então os conceitos ensinados ficam muito mais claros para eles.
Este período é propício para se oferecer aos alunos oportunidades de participação em atividades educativas que tenham objetivos claros e definidos. Dramatização, criação de histórias, concurso de poesia, cântico, desenho, pintura, projetos e trabalhos em grupos são procedimentos de ensino que aguçam a capacidade criadora e imaginativa deste grupo de idade.
Os jogos de competição deverão ser evitados nesta fase da vida. Uma das fortes características dos primários é que nunca pensam na possibilidade de perder. O lema deles é: "ganhar sempre". É sempre bom salientar que o professor, baseado em Efésios 4.32, os instrua sobre a bondade e as regras da boa convivência entre os colegas "Sede bondosos uns para com os outros". Se isso for continuamente lembrado, esse tipo de comportamento será um pouco mais exercitado, facilitando assim as relações futuras depois de passada esta fase.
Os primários têm excelente memória. Eles costumam decorar textos bíblicos extensos com certa facilidade. Esta potencialidade deve ser explorada ao máximo pelo professor.Frases que estimulem ao bom desenvolvimento do comportamento também podem ser exploradas tais como trocadilhos, personagens, imagens, etc; que possam trazer-lhes a lembrança com facilidade, a proposta de ensino.
Embora o raciocínio seja concreto, O pensamento abstrato começa a aflorar lentamente durante esse período. Em algumas situações, os alunos já conseguem distinguir a realidade da fantasia. Entretanto, não é aconselhável o uso demasiado de expressões abstratas e simbólicas.
Confiam nas pessoas,são rápidos para aceitar a Jesus como Salvador e podem aprender a orar e viver para o Senhor. Dentro desta perspectiva, fica uma porta aberta para o ensino e molde do caráter, o qual se carrega para toda a vida.
O professor(ou pai) deverá oferecer oportunidade de participação que estimulem seu pensamento e contribuam para que possa planejar, raciocinar, experimentar e avaliar.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

Brincadeiras: Eles gostam de crianças da mesma idade e geralmente tem um amigo especial.Gostam de bichos de estimação.
Querem a aprovação dos adultos. Preferem atividades não-competitivas e gostam de fazer de conta - ser outra pessoa.
Planeje atividades que permitam movimentos. Varie o programa a cada 10 ou 15 minutos.
Encoraje trabalho de memória. Use histórias de outras crianças para desafiá-los a dar testemunho, etc.
Atividades: Empregue habitualmente os auxílios visuais e audiovisuais. O quadro-de-giz, quadro-branco ou flanelógrafos não devem ser poupados. Utilize-os para ensinar palavras novas, escrever nomes, memorizar versículos, formular perguntas, desenhar, esquematizar, esboçar, sumariar, afixar figuras, gráficos, organogramas e mapas de terras bíblicas, por exemplo.
Cartazes com letreiros, figuras e corinhos visualizados são excelentes meios de cativar a atenção dos primários.
A fim de despertá-los para a leitura, leve a sala de aula livros interessantes e apropriados para essa faixa etária. Não perca a oportunidade de despertar neles o gosto pela leitura e pesquisa da Bíblia.
Dentre os procedimentos didáticos recomendados para esta faixa etária, estão os que envolvem a participação direta dos alunos no processo educativo: dramatização das lições aprendidas, perguntas e respostas durante a recapitulação da história, jogos bíblicos, memorização de versículos, ou princípios da bíblia através da repetição, descrição verbal de situações ou cenas bíblicas e trabalhos manuais realizados em pequenos grupos.
Outro modo de atraí-los com certa facilidade, é através de mensagens ou histórias gravadas em CD.
Use as relações familiares quando explicar sobre a salvação. Apresente a palavra de Deus como verdadeira e confiável. Ensine-os a encontrar os livros, capítulos e versículos da Bíblia.
Desenvolva brincadeiras que ensinem a ordem dos livros da Bíblia.
Então... Bom ensino e boas idéias.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Filhos e Escola - 86% das escolas de SP relatam violência. Afinal, o que está acontecendo?


Pesquisa realizada pela Udemo (Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo) em abril de 2008 revela que 86% de um total de 683 escolas estaduais entrevistadas relataram algum tipo de violência ocorrida em 2007. O sindicato enviou o questionário para 5.300 escolas de todo o Estado.
O percentual de violência relatado é similar ao obtido pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP) em pesquisa realizada em 2006. Na época, 87% dos professores entrevistados revelaram saber de casos de violência ocorridos na sua escola.
Segundo os dados da pesquisa da Apeoesp, a violência verbal ocorreu em 96% dos casos de violência. Os atos de vandalismo, em 88,5%; a agressão física, em 82%; furto, em 76%; assalto a mão armada, em 18%; violência sexual, em 9%; e assassinato, em 7%.
A pesquisa da Udemo revela que na capital apenas 12% das escolas não relataram nenhum tipo de violência. Na Grande São Paulo, o número cai para 3%. No interior, o número é de 18%. A pesquisa constatou também que 88% dos professores e funcionários foram desacatados, 85% dos alunos se envolveram em brigas e 21% das escolas registram ameaças de morte a alunos, professores, funcionários e direção.
Na última sexta-feira, dia 14 de novembro, Uma professora de 34 anos foi agredida pela mãe de uma aluna dentro da Escola Estadual Manuel Bandeira, em Perus (zona norte de São Paulo).
De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a briga foi motivada por uma repreensão dada pela professora a uma aluna de 14 anos que foi flagrada agredindo uma outra menina no corredor da escola na quarta-feira (12). Segundo a professora, a adolescente tentou agredi-la após separar a briga entre as alunas.
Dois dias depois, a mãe da menina, uma autônoma de 34 anos, foi à escola e ao avistar a professora iniciou as agressões além de ameaçá-la de morte, afirmam os relatos da professora. Já a autônoma afirma que sua filha levou um tapa no rosto da professora e ao tomar satisfação também teria sido agredida.

Afinal, o que estamos fazendo com nossos filhos? Claro, pois é mais do que óbvio, claro, lógico e principalmente bíblico; que educação vem de casa.
Somo nós pais, que moldamos o perfil de cidadão que nossos filhos tem de ter.
Somos espelhos para nossos filhos... E então como temos sido? Egoistas? Ocupados demais? Displicentes? Individualistas? Faladores?
Somos nós que ensinamos que obrigado, com licença, por favor, até logo, desculpe, etc; fazem parte da linguagem universal de qualquer ser humano.
Caráter não é característica de nobres, mas de gente consciente. Ensinar a ter caráter é tão ou mais essencial do que o alimento, pois a falta de comida enfraquece o corpo, mas a falta de caráter mata a alma e é ela que verdadeiramente nos dá vida.
Somos nós que ensinamos que respeito é básico seja com pessoas, lugares, ou coisas. Que hierarquia não é um palavrão mas questão de ordem e tem de ser respeitada.
Que limites não devem ser ultrapassados. E responsabilidades devem ser praticadas.

"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele." Provérbios 22.6
Isso é básico.
"A tolice está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela" Provérbios 22.15
Isso é necessário.
"A correção trás sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a mãe" Provérbios 29.15
Isso é sábio.
"Porque melhor é a sabedoria do que jóias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela" Provérbios 8.11
Isso é essencial.
"Amarás , pois o Senhor, teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. Amarás o teu próximo como a ti mesmo" Mateus 12.30,31
Esses são os dois maiores mandamentos de Deus. Amar!

Quando se ama, se respeita. Quando se ama, se acha tempo para ensinar. Quando se ama, busca-se a necessidade do outro, mesmo que isso represente sacrificar o cineminha, o jogo de futebol ou a voltinha no shopping. Quando se ama, se arranja tempo para formar uma vida e ensiná-la a amar também. Quando se ama, diz-se muitas vezes "não".
Deus nos ama, nos educa e corrige. Deus nos mostra o caminho do ensino!
Então... Faça a sua parte.

Assistam este vídeo pois retrata bem o papel dos pais. Exemplo!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

SER UM BOM LÁPIS É UM MARAVILHOSO DESAFIO!

Deixar marcar coloridas na vida de outros é realmente muito bom. Basta praticar a palavra-chave: Querer!


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O ENDEREÇO DE ACESSO DA GALERA DO UPA MUDOU...

Para que o blog da Galera do UPA pudesse ser mais democrático, e atingir um número maior de pessoas, mudamos o nome. O Blog é o mesmo só mudando o nome.
Para acessá-lo, entre com o endereço seguinte:
http://www.adolecrente.blogspot.com/
Acompanhem e discutam os assuntos que serão postados com seus filhos ou alunos. É um bom começo para um bom diálogo, não é verdade?

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

ALFABETIZAÇÃO COM JOGOS... BOAS IDÉIAS COM MIL E UMA UTILIDADES.

Esse assunto é para Pais e Professores.

Vejam que idéia bacana. Neste vídeo vocês verão uma das muitas técnicas de alfabetização com jogos. Isto pode ser feito tanto em casa para evangelização das crianças como para apoio de aula para os professores, ajudar as crianças com dificuldade de alfabetização, além de proporcionar um momento de lazer interessante e saudável. É um verdadeiro 4 x1!

Dá para fazer com palavras-chave, versículos, fixação de texto ou tema, nomes de personagens ou livros da bíblia, trabalhar ensinamentos através de palavras que levem a esse fim, etc, etc, etc.

Para quem não tem tempo para fazer as letras, é fácil. Existem alfabetos inteiros em EVA vendidos em lojas de R$ 1,99 ou papelarias. Eu mesma sei de um endereço super esperto, é só falar comigo.

Quanto as figuras, é só buscar aqui na Internet e então usar a criatividade, que a propósito, todos nós possuímos e só precisa ser exercitada. Então mãos a obra!

Andar mais uma milha também é isso. Fazer mais e buscar servir melhor, não só com o suor mas principalmente com o coração.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Anorexia...Um mal que ronda a geração de hoje.


Hoje em dia convivemos com a geração saúde, que acredita ser a perfeição dos corpos, a porta de entrado para o sucesso no mundo.


As empresas exploram, pois isto gera lucro! Mesmo sabendo ser esta busca uma utopia, eles nada fazem, é claro. Ganham as industrias da beleza, as empresas de tratamento, as industrias farmacêuticas, etc; e os jovens consumidores deste movimento o que ganham? O resultado da tremenda falta de sabedoria é o que ganham, e muitas vezes como prêmio maior, a morte.

Na verdade, perdemos todos nós que cremos em um Deus suficiente, que nos ama do jeito que somos, que mede sim, padrões de caráter mas jamais de estética. Perdemos quando não mostramos com eficiência esse Deus que é o bastante por si só. Nos amarramos no conforto de estarmos longe de crises mundiais e cotidianas, pelo simples fato de acharmos que estes problemas não nos dizem respeito.

Infelizmente dizem! Enquanto Deus usar o amor como fonte de alimento para que a humanidade exista, temos que nos incomodar e bastante! Precisamos nos interessar pelos problemas do mundo, pois esse Deus a quem amamos, ama todas essas que estamos vendo nesta reportagem, se é que ainda vivem. Portanto, o que realmente estamos fazendo?

Oramos por isso? Nos interessamos em conhecer os fatos e pensar em formas de amenizar esse culto ao consumismo desenfreado, enganoso, viciante e destruidor que se instalou nos últimos tempos?

Como vivem os Pais destas jovens? Tanto quanto as drogas, qualquer coisa que nos escravize e nos tire da razão, se torna uma luta quase que vencida. Vocês conseguem se imaginar no lugar desses Pais?

Nós enquanto cristãos e ou Pais, sabendo desta cilada de Satanás entre muitas outras, precisamos estar atentos com absurdos que jamais deveriam fazer parte do nosso mundo. Precisamos conhecer para combater. Então, leia esta matéria tirada da revista "Enfoque Gospel" de Dezembro de 2006.







Morrer de anorexia nervosa
Ana Cleide Pacheco


As mortes da modelo Ana Carolina Reston e da estudante universitária Carla Sobrado Cassalle, ambas de 21 anos, no último mês, trouxe de volta à mídia o debate sobre a anorexia, um distúrbio alimentar que atinge principalmente as mulheres, e, com mais frequência, as que trabalham em atividades relacionadas à imagem, como as modelos. O que acontece é que, mesmo estando magra, a pessoa considera que está acima do peso e, por isso, deixa de comer para emagrecer.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1,7 milhão de pessoas sofrem de anorexia. No Brasil, dados apontam que a doença pode afetar até 20% das adolescentes, de todas as classes sociais. Na maioria das vezes são meninas com idade entre 14 e 20 anos, que se recusam a comer e beber com medo de engordar.

Foi o que aconteceu com a estudante Inês (nome fictício), que evitava até engolir a própria saliva para não ganhar peso. A idéia absurda a atormentava o tempo inteiro. Como sonhava em ter um “corpo de modelo”, a jovem, hoje com 23 anos, não parava de cuspir. Quando o estranho comportamento surgiu, há seis anos, Inês exibia medidas modestas: 40 kg, distribuídos por 1,50m de altura. Era magra, mas se considerava longe do ideal que concebera para si. Estava sofrendo de anorexia nervosa.


A doença se caracteriza justamente por um medo mórbido de ganhar peso. Um temor intenso que conduz à distorção da imagem corporal. “Eu me olhava no espelho e começava a chorar, me sentia muito gorda. Quando ia comprar roupas, sempre me dirigia à seção de crianças, pois queria vestir o manequim de 7 anos”, diz Inês, que na época tinha 17 anos. A estudante chegou a ser levada a psicólogos e psiquiatras por sua mãe, mas afirma que foi curada através da Palavra de Deus. “Minhas tias são evangélicas e oraram muito por mim. Até que um dia, fui até a igreja com elas. Lá, o líder da mocidade falou tudo o que eu estava passando. Fiquei tão impactada que aceitei a Jesus na hora. Cheguei em casa e comecei a comer; queria recuperar o tempo perdido. Hoje, sei que é preciso ter equilíbrio, e isso o Espírito Santo me dá”, conta.


Segundo a gastroenterologista Vanderléa Couto, uma das características da anorexia é o peso, 15% abaixo do Índice de Massa Corporal (IMC) normal para a idade e altura da pessoa. “A anorexia nervosa caracteriza-se, basicamente, pela determinação do paciente em manter um peso abaixo do ideal. Na realidade, trata-se de uma perturbação na percepção do esquema corporal, ou seja, ele distorce as formas do corpo e, assim sendo, a recusa alimentar é apenas uma consequência dessa distorção”.


Para a psicóloga Lúcia Grael, o diálogo é sempre a melhor maneira de perceber a doença e ajudar os filhos. “É natural que o adolescente, por conta da fase que está vivendo, se preocupe com o meio e em como agradá-lo. É um momento de cobranças, e os pais devem estar atentos. Percebendo qualquer alteração no comportamento, é aconselhável levá-lo ao clínico geral para uma avaliação”, afirma a especialista, ressaltando que, durante o tratamento, é importante o engajamento da família, pois atenção e carinho são fundamentais para a recuperação.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

CRIANÇAS PRECISAM BRINCAR! ESSA É A AFIRMAÇÃO DE UMA ESPECIALISTA.




Falta de brincadeiras preocupa uma das maiores especialistas em consumismo infantil

- 12/09/2008
A professora da Harvard Medical School Susan Linn prepara-se para lançar um novo livro no Brasil. Uma das duas convidadas internacionais do 2º Fórum Criança e Consumo, que será realizado de 23 a 25 de setembro, em São Paulo, a autora de “Crianças do Consumo”, editado pelo Instituto Alana, agora terá seu segundo título traduzido para o português pela Editora Record.

O novo livro “The Case For Make Believe” aborda como a conversão de diversas mídias, as novas tecnologias e o apelo comercial limitam o desenvolvimento infantil saudável, desencorajando crianças a vivenciarem o espaço criativo. Susan Linn alerta: “Brincar, que é tão importante para o crescimento e o desenvolvimento, está em risco de extinção.”


No livro “The Case For Make Believe”, a senhora critica duramente o fato de as crianças estarem cada vez menos envolvidas em brincadeiras criativas. Como isso pode comprometer o desenvolvimento infantil?
Brincadeiras criativas constroem a fundação de muito daquilo que faz valer a pena viver. Aprender, criar, auto-refletir, solucionar problemas construtivos e ter capacidade de lidar com a vida para deixá-la cheia de significado são fatores relacionados ao ato de brincar. Crianças privadas de brincar não têm a chance de desenvolver essas habilidades e atributos.

As novas tecnologias focadas em crianças são, de fato, um grande monstro para elas?
A combinação da onipresente, sofisticada e “miniaturizada” tecnologia aliada ao comércio sem restrições é um terrível problema para as crianças de hoje. O tempo que elas gastam com brincadeiras saudáveis está diminuindo. Um dos motivos é porque elas desperdiçam, em média, mais de 40 horas por semana com mídias eletrônicas, que são, em sua maioria, baseadas em publicidade.

É possível encontrar um equilíbrio para isso? Até que ponto o domínio das novas tecnologias pode ser ruim para uma criança?
Empresas como a Disney possuem uma densa propagação marketeira para bebês, e não há evidência crível de que isso seja benéfico para eles. No entanto, há evidências de que possa ser prejudicial.


A senhora afirma que brinquedos eletrônicos, como games, robôs, mesas de som, entre outros, são extremamente prejudiciais às crianças. Por quê?
Muitos dos brinquedos mais vendidos nos EUA estão relacionados à TV e a filmes, o que faz com que as crianças brinquem de forma menos criativa com esses brinquedos. Objetos eletrônicos que gorjeiam, bipam, apitam e fazem piruetas com o apertar de um botão não são o tipo de coisa que estimula a criatividade.


Então, o que seria um bom brinquedo?
Um bom brinquedo é 90% criança e 10% brinquedo. Blocos, bonecas e bichinhos sem chips de computador promovem essa criatividade, assim como giz de cera, tintas, cola e outras coisas do gênero. Crianças brincam mais saudavelmente na natureza. Nós precisamos assegurar que elas se envolvam mais tempo com atividades dentro e fora de casa que as mantenham longe de brinquedos e mídia eletrônicos. A maioria dos brinquedos e parafernália propagada às crianças de hoje limita mais do que promove o divertimento saudável.

A senhora acredita que, no futuro, o mundo moderno seja responsabilizado por construir adultos menos inteligentes?
Eu diria que a combinação dessa tecnologia sofisticada com o comércio sem restrições é um fator que priva as crianças de oportunidades maiores de desenvolvimento integral do potencial intelectual, emocional e social. Brincar, que é tão importante para o crescimento e desenvolvimento, está em risco de extinção. Não por acaso, nos Estados Unidos, o brincar está garantido como um dos Direitos da Criança. Nós sabemos que brincar está relacionado a criatividade, aprendizado, sucesso na escola e capacidade de dar sentido à vida.

Como os norte-americanos reagem a esse cenário?
Nos Estados Unidos, ainda estamos privando crianças de tempo, espaço e silêncio, essenciais para a saúde. De fato, atingimos um ponto em que alimentar brincadeiras saudáveis tornou-se uma ferramenta anticultural. A cultura dominante dita contra isso – em parte porque brincar do jeito certo é uma ameaça aos lucros corporativos.
(Extraido do site"criança e consumo")